Brasil registra mais de 142 mil novas vagas de trabalho formal em julho, mostra Caged

O Brasil abriu 142.702 vagas de trabalho formal em julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho. O resultado considera 1.883.198 admissões e de 1.740.496 desligamentos no mês.

O dado veio em linha com as estimativas do mercado, que esperavam 145 mil novas vagas, segundo estimativas da Bloomberg. No mesmo mês do ano passado, foram criados 225.016 mil postos de trabalho.

Em julho de 2023, o estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, contabilizou 43.610.550 vínculos.

Considerando o período acumulado do ano, de janeiro a julho de 2023, o saldo foi de 1.166.125 empregos, resultado de 13.817.285 admissões e 12.651.160 desligamentos.

Já nos últimos 12 meses, foi registrado saldo de 1.566.825 empregos, após 22.851.450 admissões e 21.284.625 desligamentos.

O setor de serviços segue sendo o principal empregador.

No mês, os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos: Serviços (+56.303 postos); Comércio (+26.744 postos); Construção (+25.423 postos); Indústria (+21.254 postos), principalmente na Indústria de Transformação (+18.301 postos) e Agropecuária (+12.978 postos).

Onde estão os empregos

As cinco regiões do Brasil apresentaram saldo positivo de novas contratações.

• Sudeste (+70.205 postos, +0,31%);
• Nordeste (+32.055 postos, +0,45%);
• Centro-Oeste (+18.310 postos, +0,48%);
• Norte (+14.756 postos, +0,70%);
• Sul (+7.275 postos, +0,09%).

O crescimento do emprego formal no mês foi verificado em 26 das 27 unidades federativas.

Os destaques com maior saldo foram: São Paulo, com 43.331 novos postos; Rio de Janeiro, com 12.710 vagas; Minas Gerais, que acumulou 12.353 postos no mês.

Já as UFs com menor saldo foram: Sergipe: +492 postos; Roraima: +228 postos; e Rio Grande do Sul: -2.129 postos.

Média salarial

O salário médio de admissão em julho de 2023 foi de R$ 2.032,56. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 19,33 no salário médio de admissão, uma variação em torno de 0,96%.

Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 38,06.

Impactos na política monetária

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, avalia que a criação de vagas veio acima do esperado pela casa de análise. Além disso, registrou uma distribuição mais ou menos homogênea dentre os setores, sugerindo um mercado de trabalho ainda aquecido, com crescimento sólido.

“Apesar disso, a criação foi 36% menor do que o mesmo período do ano passado, o que sinaliza que, gradualmente, o mercado de trabalho se arrefece. Essa desaceleração acontece de forma mais lenta que o esperado, o que justifica um juro ainda restritivo”, pontua a analista.

Étore Sanchez e Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, concordam que a criação espalhada entre regiões e setores sugere o crescimento bem homogêneo para o Brasil, algo que podemos considerar estrutural.

Contudo, em relação às implicações para a política monetária, os especialistas avaliam que não existem mudanças para a perspectiva de cortes de 50bps nas próximas reuniões do Copom.

“Apesar da pressão de salários ser um fator de atenção para a inflação de serviços subjacentes, [esperamos que a taxa de juros termine] o ano em 11,75%, enquanto esperamos encerramento do ciclo a 10,50% no segundo trimestre de 2024”, pontuam.

Fonte: CNN Brasil

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