Desigualdade de renda do trabalho cai em 2022 para menor nível da série

Mesmo com queda no rendimento, a desigualdade de renda do trabalho caiu em 2022. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Todos os rendimentos, divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o índice de Gini de todos os trabalhos – que mede a desigualdade de renda do trabalho – caiu de 0,499 em 2021 para 0,486 em 2022. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 0, menor é a desigualdade.

O índice do ano passado é o menor valor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O movimento ocorreu apesar de queda de 2,1% na renda média da renda de todos os trabalhos, que passou de R$ 2.715 em 2021 para R$ 2.659 em 2022. O rendimento médio menor, pondera o instituto, se deve à entrada no mercado de trabalho de pessoas com menor remuneração, o que puxa a média do rendimento para baixo.

Só que ao mesmo tempo houve aumento de 8,8% da população ocupada, de 87,5 para 95,2 milhões de pessoas. Com isso, a massa mensal de rendimento do trabalho subiu de R$ 237,5 bilhões em 2021 para R$ 253,1 bilhões em 2022, uma expansão de 6,6%. Foi uma recuperação, após as perdas de 5,6% em 2020 e de 3,2% em 2021, durante a pandemia. O valor, no entanto, ainda está abaixo do pré-pandemia – era de R$ 259,8 bilhões em 2019.

“Esse aumento de população ocupada foi muito importante, de 8,8%. Foram 7,7 milhões de pessoas que entraram no mercado de trabalho de 2021 para 2022. Então essa redução de rendimento médio foi compensada. Há um retorno do aumento da massa do trabalho depois de dois anos e a desigualdade de renda do trabalho caiu ao menor nível da série”, diz a analista do IBGE Alessandra Brito, responsável pela pesquisa.

As estimativas do Gini do rendimento do trabalho para 2022 foram as menores da série em quase todas as Grandes Regiões, exceto pela Norte, cuja mínima ocorreu em 2021. Dentre as Gran[1]des Regiões, a Sul (0,430) e a Centro-Oeste (0,473) apresentaram os menores índices, enquanto a Região Nordeste (0,501), o maior, mantendo-se como a Região com a distribuição de rendimentos do trabalho mais desigual do País.

Na passagem entre 2021 e 2021, houve crescimento também na parcela da população residente no Brasil que recebia rendimento de todos os trabalhos. Em 2021, essa fatia era de 41,1% do total de residentes, ou 87,5 milhões de pessoas. A taxa subiu para 44,5% em 2022, ou 95,2 milhões de pessoas.

Fonte: Valor Econômico

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