Maioria dos motoristas da Uber toma decisão sobre ser empregado CLT

O trabalho por aplicativos se tornou uma das principais fontes de renda no Brasil, especialmente após o crescimento das plataformas de transporte e delivery. Mas, à medida que o número de motoristas aumenta, também crescem os debates sobre a forma de trabalho e os direitos desses profissionais. A principal dúvida que surge é: eles devem ser contratados como empregados formais, seguindo as regras da CLT, ou continuar atuando de forma independente?

Essa discussão voltou ao centro das atenções após uma pesquisa revelar o que os próprios motoristas pensam sobre o assunto. Em um momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa ações relacionadas ao vínculo trabalhista com empresas de aplicativo, o resultado do levantamento trouxe uma resposta que surpreendeu muitos.

O que os motoristas da Uber preferem

De acordo com o levantamento realizado pelo instituto Datafolha com 1.800 motoristas em todo o país, 60% afirmaram que não desejam ser contratados pelo regime da CLT, enquanto apenas 25% disseram que aceitariam essa mudança. O restante, cerca de 14%, não soube opinar. A pesquisa foi feita entre maio e agosto e buscou entender como os condutores enxergam o futuro do trabalho por aplicativos.

A principal justificativa para a rejeição ao modelo de carteira assinada está na autonomia. Cerca de 84% dos entrevistados apontaram que a liberdade para escolher os horários e locais de trabalho é o maior benefício de atuar de forma independente. Além disso, 87% disseram que começaram a dirigir como alternativa para complementar a renda, principalmente devido ao aumento do custo de vida.

Outros dados revelam que o perfil do motorista brasileiro é composto majoritariamente por homens, com idade média de 40 anos. A maioria tem o ensino médio completo e é chefe de família. Em média, trabalham 26 horas por semana e têm renda líquida de aproximadamente R$ 2.348 mensais.

Enquanto o STF avalia possíveis mudanças nas regras, o resultado da pesquisa mostra que boa parte dos motoristas prefere continuar atuando como autônomo, mesmo sem os direitos da CLT. Para eles, a flexibilidade e a possibilidade de gerenciar o próprio tempo ainda pesam mais do que a estabilidade de um emprego formal.

Fonte: O Povo

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