Além do desemprego: três pontos para entender o impacto da IA no trabalho

Muitas vezes, as discussões sobre IA (inteligência artificial) e trabalho focam só no desemprego —o que, de fato, é um problema complexo e sério. Mas há também outras questões que devem ser discutidas.

Nesta semana estive em Brasília, a convite do STF (Supremo Tribunal Federal) para falar sobre o impacto da IA no futuro do trabalho durante o Fórum Internacional de Justiça e Inovação. Para facilitar o debate, estruturei abaixo os três principais pontos de como a tecnologia muda o mundo do emprego.

O trabalho que treina a IA

Existe um trabalho invisível e muitas vezes mal remunerado no processo de treinamento da IA. São pessoas pagas não para desenvolver novos modelos, pensar novas arquiteturas ou programar, mas para fazer microtrabalhos, como anotação de dados para ensinar as máquinas.

A OpenAI é uma das empresas que utiliza esse tipo de trabalho no desenvolvimento de seus serviços. Para treinar o ChatGPT, usou uma técnica chamada aprendizado por reforço a partir do feedback humano, que coloca pessoas para mostrar para a máquina quais são as respostas mais apropriadas. Assim, a IA aprende o padrão de resposta preferível pelas pessoas e melhora a sua qualidade de saída, um dos motivos para o ChatGPT escrever tão bem e de maneira convincente.

Mas, para isso, é preciso colocar pessoas para repetirem essa tarefa milhares de vezes com uma baixa remuneração. Recentemente, diversos veículos noticiaram que a OpenAI pagou US$ 2 por hora a trabalhadores no Quênia para isso.

Matéria compelta: TILT

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