Executivo denunciado por 13 mulheres por assédio no RS é demitido por justa causa

Nesta terça-feira, 2, a diretoria do Banrisul enviou uma notificação extrajudicial a Gabriel Leal Marchiori, ex-diretor do Banrisul S.A. Administradora de Consórcios, informando a sua demissão por justa causa. Ele foi acusado por mais de dez mulheres pelos crimes de assédio moral e sexual. As informações são da jornalista Adriana Irion, da GZH, e integrante do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS.

Em novembro do ano passado, após o GDI revelar as denúncias de 13 mulheres contra o executivo ao Ministério Público do Trabalho (MPT), o banco iniciou uma apuração interna, que ocasionou no desligamento de Gabriel Marchiori. Ele não foi informado da decisão do banco.

Relatos de mulheres 

A denúncia de uma estagiária do Banrisul Consórcios, que afirmou ter sofrido abuso sexual na sala de Marchiori, foi uma das primeiras denúncias contra o ex-diretor. Após o caso, outras mulheres relataram os assédios sofridos pelo suspeito.

Gabriel Leal Marchiori fazia investidas com viés sexual, pedia fotos do corpo das mulheres e as tocava de forma inadequada. Além disso, ele também orientava sobre o tipo de roupa que elas deveriam usar no ambiente de trabalho e, caso não seguissem as suas orientações, ele as humilhava.

No dia 10 de novembro, ele foi destituído do seu cargo na instituição, 30 dias depois da estagiária registrar o ocorrido no canal de denúncias da instituição. 

No entanto, por ser cedido à Administradora de Consórcios, uma das empresas controladas pelo Grupo Banrisul, ele voltou ao quadro do banco Banrisul, mas sem função gratificada. O ex-diretor apresentou um atestado médico de 90 dias ainda em novembro e está afastado desde então.

Andamento do caso

Segundo o GDI, o desligamento de Gabriel Marchiori se dá pela comprovação de supostos episódios de assédio moral e sexual relatados pelas mulheres. O Banrisul também recebeu novos depoimentos que descrevem alguns comportamentos não adequados do executivo.

O Ministério Público do Trabalho abriu um inquérito para investigar as denúncias. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre investiga as suspeitas de assédio sexual.

Ao Terra NÓS, o Banrisul informou que “todos os procedimentos internos sobre o caso foram concluídos, mas não se manifestará sobre detalhes ou resultados da investigação”.

A reportagem também entrou em contato com a Polícia Civil de Porto Alegre para mais esclarecimentos. O espaço segue aberto caso as autoridades decidam se manifestar.

Crime de assédio sexual

Previsto no artigo 216-A do Código Penal, assédio sexual é “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. A pena é de um a dois anos de prisão.

Em caso de violência contra a mulher, denuncie

Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180).Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.

Saiba mais sobre como denunciar aqui

Fonte: Terra

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