Dólar abre o dia cotado a R$ 4,908 após aprovação da reforma tributária

O dólar tinha pouca alteração frente ao real nesta quinta-feira (9), com investidores aguardando mais comentários do presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, depois que ele deixou de falar sobre as perspectivas de política monetária, enquanto o mercado reagia positivamente à aprovação da reforma tributária no Senado.

Às 9h43 (horário de Brasília), a moeda norte-americana à vista operava estável, a R$ 4,9076 na venda. Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9078 na venda, em alta de 0,7%.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tinha alta de 0,17%, com os mercados mais uma vez se preparando para comentários de Powell, agendados para as 16h (de Brasília), um dia depois de ele ter evitado comentar sobre as taxas de juros.

“Hoje acredito que Powell tenha mais tempo para conversar, até porque ele vai ser questionado quanto a estratégias e ações da política monetária… então hoje sim talvez a gente consiga ter mais informações”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, ressaltando que os comentários do chefe do Fed podem ajudar a dar um direcionamento mais claro para o dólar.

Na semana passada, um comunicado de política monetária mais brando e dados de emprego mais fracos nos Estados Unidos elevaram as apostas de cortes de juros pelo Fed no primeiro semestre do ano que vem, mas, desde então, o otimismo foi moderado por algumas falas cautelosas de autoridades do Banco Central.

Quanto mais altos os custos dos empréstimos nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que investidores passam a mostrar maior interesse pelo extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.

Enquanto isso, dando suporte aos ativos brasileiros, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária foi aprovada no Senado em dois turnos de votação na quarta-feira, prevendo a unificação de tributos e uma “trava” para o crescimento da carga, entre outros pontos.

O texto volta agora para a Câmara dos Deputados, após ser modificado pelos senadores. “Esta reforma dificilmente pode ser considerada a melhor reforma que poderíamos esperar. Ainda assim, vindo daquilo que é considerado um dos sistemas tributários mais onerosos do mundo, acreditamos que merece uma boa nota passável”, disse o JPMorgan em relatório a clientes nesta quinta-feira.

“Entre seus defeitos e seus pontos fortes, permanecemos na visão de que os impactos positivos serão mais relevantes no longo prazo”, acrescentou o banco em documento assinado por Cassiana Fernandez, chefe de pesquisa econômica para América Latina do JPMorgan, e pela economista Mirella Mirandola Sampaio.

Fonte: R7

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