Golpistas usam deepfake para fraudar entrevistas de emprego, alerta FBI

Cada vez mais cibercriminosos estão usando informações de outras pessoas e deepfakes (conteúdos gerados usando inteligência artificial) para se candidatarem a empregos remotos na área de tecnologia, alertou o FBI. O objetivo principal, segundo a agência, é que os cibercriminosos possam acessar informações confidenciais da empresa, uma vez que sejam aprovados no processo seletivo.

“As posições de trabalho remoto e home office identificadas no relatório incluem tecnologia da informação e programação de computadores, banco de dados e funções relacionadas a software”, informa o órgão.

De acordo com a agência Departamento de Justiça dos Estados Unidos, algumas ações incluíam acesso a PII (informações de identificação pessoal) de clientes, dados financeiros, bancos de dados corporativos de TI ou informações coletadas durante vazamento de dados.

Com a tecnologia deepfake, os fraudadores são capazes de simular sons e imagens hiper-realistas a partir do uso de inteligência artificial. Nos casos relatados pela agência americana, os deepfakes incluem vídeos alterados para entrevistas virtuais e também a simulação da voz de candidatos.

Apesar do uso da ferramenta nas fraudes, o FBI esclareceu que seu uso ainda deixa rastros. “As ações e o movimento dos lábios da pessoa entrevistada na câmera não se coordenam completamente com o áudio da pessoa que fala. Às vezes, ações como tossir, espirrar ou outras ações auditivas não estão alinhadas com o que é apresentado visualmente”, afirmou o FBI, em comunicado.
Fraudas com deepfake já foram relatadas antes 

O portal Business Insider observa que essa não é a primeira vez que ações do tipo são relatadas. Em novembro de 2020, um recrutador, em postagem no LinkedIn, afirmou que alguns candidatos contrataram ajuda externa para auxiliá-los durante as entrevistas em tempo real, e que a tendência parece ter piorado durante a pandemia.

No ano passado, profissionais de recrutamento e seleção também descobriram que golpistas da Coreia do Norte estavam se passando por profissionais americanos em busca de emprego no setor de criptomoedas e Web3. A diferença com os casos destacados pelo FBI é o uso de imagens com inteligência artificial para passar pelo processo de entrevista.

Para aqueles que tiveram a identidade roubada, a recomendação da agência  é ficar atento a coisas suspeitas, como e-mails e chamadas estranhas. Já as empresas devem investir em infraestrutura de segurança, usar criptografia e ter controles de acesso mais modernos.

Fonte: Época Negócios

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