Quem foi a brasileira que revolucionou a luta das trabalhadoras domésticas

O movimento sindical dos trabalhadores domésticos brasileiros nasceu em Santos (SP), em 1936, por iniciativa de Laudelina de Campos Melo, a dona Nina. Ela e outras pioneiras perceberam que não tinham direito à sindicalização ou à proteção pelas leis vigentes e se uniram.

O legado de Laudelina é lembrado em 12 de outubro, data de seu nascimento. A ativista completaria 118 anos nesta quarta-feira.

Nove décadas após o início do movimento sindical, o país tem mais de 5 milhões de pessoas sem proteção de leis trabalhistas, sendo que quase 70% delas sequer têm carteira assinada. Durante a pandemia, mais de 1 milhão de postos de trabalho nesse setor foram destruídos no Brasil.

O cenário só não é pior porque a mineira de Poços de Caldas, que nasceu em 1904, menos de 20 anos depois da declaração de abolição da escravatura (1888), passou a atuar de organizações sociais do movimento negro quando se mudou para Santos nos anos 1920.

Ela tinha 16 anos quando recebeu o primeiro salário. Abandonou a escola para cuidar dos irmãos menores e trabalhava desde os 7 enquanto a mãe era doceira e lavadeira de um hotel da cidade.

Seu ativismo foi essencial para a categoria —e por extensão para as mulheres negras. Os primeiros direitos trabalhistas, como carteira assinada e previdência social, vieram só em 1972, com muitas restrições, mas ali foi o princípio da luta.

Para se ter uma ideia, nessa época, o serviço doméstico era mencionado nas leis sanitárias e policiais, mas somente com o intuito de proteger a sociedade contra as trabalhadoras domésticas. Elas eram vistas explicitamente como ameaças em potencial às famílias empregadoras.

Matéria Completa: UOL

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