Mais de dois anos depois do início da pandemia de coronavírus, algumas medidas adotadas de forma emergencial se consolidaram no dia a dia das grandes corporações. O home office, que no início tirou o sossego de empresas e trabalhadores, é uma delas. Levantamento feito pelo Estado com as 10 maiores companhias listadas na B3 mostra que, na volta à normalidade, a maioria optou pelo modelo híbrido (em que o funcionário trabalha alguns dias em casa e outros na empresa) e flexível (sem dias definidos para ir ao escritório) nas áreas administrativas.
Restrito a poucas empresas até 2020, hoje o home office virou quase que um pré-requisito para os profissionais. Executivos e recrutadores afirmam que a pergunta mais recorrente nas entrevistas de emprego é sobre a possibilidade do trabalho remoto. Os candidatos chegam a desistir de uma vaga se não há essa possibilidade, diz o sócio da 99hunter, Luciano Montezzo. “No mercado de tecnologia, é quase mandatório ter home office; desenvolvedor só quer trabalhar de casa.”
Segundo ele, os líderes até gostariam de trazer os times de volta, pois sabem da importância das trocas presenciais. Mas os funcionários não estão muito afim de voltar. Ao ficarem quase dois anos em home office, os trabalhadores se adaptaram a uma nova rotina e viram que é possível serem produtivos mesmo num trabalho flexível. Agora não querem voltar ao que era antes da pandemia. Um levantamento feito pela empresa de recrutamento Robert Half, com 1.161 profissionais, mostra que 39% dos funcionários buscariam um novo emprego se a empresa onde trabalham decidisse não oferecer uma opção, ao menos, parcialmente remota.
Matéria Completa: Estadão